No próximo dia 26, completa um ano da morte do bebê Bryan Bastos Barreto, na época com 1 ano e três meses de vida. De acordo com familiares da criança, em contato com o Protagonista, até agora nenhuma providência concreta foi adotada pelas autoridades em relação à denúncia de mau atendimento contra o Hospital Estadual da Criança.
"Olá, dia 26 deste mês vai fazer um ano da morte de Brayn Bastos Barreto. Lembro que foi vocês do Protagonista que nos ajudou com uma matéria muito especial sobre meu neto. até o momento nada foi feito, a justiça não se pronuncia sobre o caso. Ficaremos muito agradecidos se vocês continuassem falando sobre o assunto", destacou uma avó da criança.
De fato, até o momento nem mesmo o MInistério Pùblico se manifestou sobre a morte da criança. Na ápoca, em um relato emocionado, a mãe de Bryan contou toda a via crucis dela e do filho entre a UPA do Clériston Andrade e o Hospital Estadual da Criança.
A jovem contou em detalhes os momentos de terror que passou com o filho. Em um áudio que viralizou nas redes sociais, ele relata o drama e o desespero para tentar salvar a vida da criança.
"Chegamos lá no Hospital Estadual da Criança e eles não atenderam porque disseram que meu filho estava com 38.4 de febre e eles só atendem a partir de 39 graus de febre. A enfermeira lá da triagem me encaminhou pra UPA do Clériston, porque lá tinha pediatra e eu não precisaria me preocupar que o quadro dele era estável. Chegando na UPA, a médica me atendeu e passou medicação (inaudível) e soro. A partir do momento que trocou o soro, ele deu um grito e começou a agoniar. Eu peguei no colo e ele começou a desfalecer. Ele tava com a boca roxa e não tava respirando direito. Botei ele na maca e tentei a ressuscitação. Eu gritei a enfermeira e a médica e ninguém chegou. Aí um enfermeiro chegou e disse pra eu ficar calma, que Bryan tava com batimento, mas eu vi que ele não reagia, estava frio e o olho não abria. Levaram ele para a sala vermelha e não me deixaram ver ele (choro). Depois eu fui para o Hospital da Criança, transferiram ele para lá, mas disseram que ele já estava morto quando chegou. Eu preciso denunciar isso (choro). Eu preciso de justiça. É meu filho. Meu filho foi vítima, (inaudível) a médica demorou, eles demoraram. O Hospital da Criança me negou a entrada. Eu fui vítima, meu filhinho pagou o preço. Eu perdi minha vida, me ajudem, por favor".
Esta foi a transcrição do relato da mãe de Bryan, publicado em várias redes sociais, quando ocorreu a morte do menino. Um sentimento de indignação tomou conta das redes sociais, com uma enxurrada de críticas ao Hospital Estadual da Criança e aos profissionais envolvidos no caso.
"Mataram meu bebê, meu sobrinho. Não dera assistência quando ele começou a pasar mal. Têm que pagar pelo que fizeram com meu bebê", disse, na época, Raquel Bastos, tia de Bryan.
HOSPITAL
Em contato com o Protagonista, a direção do hospital se limitou a dizer o seguinte:
"O Hospital Estadual da Criança (HEC) informa que lamenta o ocorrido e que se solidariza aos familiares. A unidade hospitalar está disponível para prestar os esclarecimentos necessários aos familiares.
Cumprindo determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM), o HEC não comenta ou fornece informações sobre pacientes da rede de assistência estadual. Essa medida, que resguarda o paciente e equipe profissional, tem amparo no Código de Ética Médica, Capítulo IX, Artigo 75, em que é vedado "fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente". Ainda no Artigo 73, parágrafo único, a divulgação permanece proibida "mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido". O respaldo dessa medida de não divulgação também está na Lei de Acesso à Informação (art. 31, & 1º, I da Lei nº 12.527), norma que garante 100 anos de sigilo para informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem".
Tanto a família, quanto a sociedade feirense, aguardam um posicionamento das autoridades, principalmente do Ministério Público, sobre a morte de Bryan. É necessário uma posição firme, para que mais crianças não sejam vítimas e os casos não fiquem esquecidos.