A sessão extraordinária da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), realizada na última sexta-feira (10), que decidiu pela manutenção da prisão do deputado Binho Galinha (PRD), continua provocando repercussões intensas dentro e fora dos corredores do parlamento baiano. Com 34 votos favoráveis, 18 contrários e uma abstenção, o resultado manteve Binho Galinha atrás das grades. No entanto, o que também chamou atenção foi a ausência de dez parlamentares, especialmente a do deputado Diego Castro (PL) — conhecido por seu histórico combativo.
A pergunta que ecoa nos bastidores da política baiana é direta: Cadê Diego Castro?
O deputado, que construiu sua imagem pública como crítico ferrenho da corrupção, como voz ativa contra desmandos e como um dos parlamentares mais barulhentos da oposição, simplesmente não apareceu para votar em uma das sessões mais emblemáticas do ano.
Em tom de cobrança, aliados e adversários questionam: "Sempre foi combativo, sempre botou a cara, sempre cobrou, sempre se posicionou com firmeza. Por que agora está omisso? Por que desapareceu? Por que está calado?"
A postura adotada por Diego — ou a falta dela — é vista como incoerente por muitos. Ainda mais diante da gravidade das acusações que recaem sobre Binho Galinha: liderança de organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, agiotagem, jogo do bicho, comércio ilegal de armas, obstrução da Justiça, entre outros crimes.
A ausência de um deputado que se apresenta como "caçador da corrupção" numa votação desse peso soa, para parte do eleitorado e da própria base bolsonarista, como um ato de neutralidade inadmissível.
Entre os dez ausentes na votação, Diego Castro não justificou publicamente sua ausência. E o silêncio pode custar caro. Em política, especialmente para quem se elegeu empunhando a bandeira do combate à corrupção, ficar em cima do muro também é um tipo de posicionamento — e o eleitor costuma cobrar.
Com a repercussão crescente, cresce também a pressão: afinal, Diego Castro apoia ou não apoia a manutenção da prisão de Binho Galinha?
Em um cenário de crise moral e institucional, não há mais espaço para neutralidade conveniente. O que se espera de quem cobra postura dos outros é, antes de tudo, ter a sua.