Notícia

Atualizado em: 20-10-2025 16:35

Mulheres presas enfrentam abandono afetivo por parte dos companheiros, alerta secretária da Mulher após visita ao presídio

Discutir estratégias para ampliar políticas públicas voltadas à promoção da dignidade e da saúde feminina no sistema prisional
Mulheres presas enfrentam abandono afetivo por parte dos companheiros, alerta secretária da Mulher após visita ao presídio Mulheres presas enfrentam abandono afetivo por parte dos companheiros, alerta secretária da Mulher após visita ao presídio

A secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Neinha Bastos, realizou uma visita técnica ao Conjunto Penal Feminino de Feira de Santana e revelou preocupação com o cenário de abandono enfrentado por mulheres privadas de liberdade. Segundo ela, muitas das internas são deixadas à própria sorte por companheiros e familiares, além de haver uma grande diferença no número de visitas íntimas em comparação com os homens.


A visita teve como objetivo conhecer de perto a realidade das detentas e discutir estratégias para ampliar políticas públicas voltadas à promoção da dignidade e da saúde feminina no sistema prisional.


“O que mais me impactou foi perceber o abandono por parte dos parceiros — maridos e namorados que simplesmente desaparecem quando elas são presas. Essas mulheres ficam isoladas, sem visitas e sem apoio emocional”, lamentou Neinha Bastos.


De acordo com a secretária, o contraste entre as unidades masculina e feminina é evidente.
Enquanto mais de 2 mil homens têm acesso regular às visitas íntimas, as cerca de 200 mulheres custodiadas em Feira de Santana recebem essas visitas em número mínimo.


A desigualdade motivou a secretária a buscar medidas para compreender as causas desse abandono e formular políticas públicas que minimizem o sofrimento das presas.


“Queremos entender o que leva essas mulheres a serem deixadas para trás e como o poder público pode agir para garantir a elas o mínimo de acolhimento e respeito”, acrescentou.


A visita também marcou o início das ações do Outubro Rosa dentro da unidade prisional, com foco na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. A Secretaria da Mulher pretende promover a realização de exames e ampliar o acesso à saúde feminina entre as detentas.


“O Outubro Rosa é um momento simbólico, mas a nossa luta vai além desse mês. Precisamos assegurar o direito à saúde, independentemente de onde a mulher esteja. Levar dignidade é parte do nosso compromisso”, afirmou Bastos.


A secretária explicou que, atualmente, o atendimento médico dentro do presídio é restrito a casos clínicos e emergenciais, o que dificulta o acesso a exames mais específicos, como mamografias, ultrassonografias e preventivos ginecológicos. A necessidade de escolta torna o deslocamento das internas para hospitais e clínicas externas um grande desafio.


“Muitas vezes, essas mulheres deixam de realizar exames importantes simplesmente porque não há estrutura para levá-las. Estamos buscando parcerias para mudar essa realidade”, destacou.


Ao final da visita, Neinha Bastos fez uma reflexão sobre justiça e empatia diante de histórias dramáticas de algumas internas. Citou, por exemplo, o caso de uma mulher presa após reagir contra o companheiro que teria abusado da filha.


“Toda mãe agiria para proteger o próprio filho. Nosso papel é garantir que os direitos das mulheres sejam respeitados — estejam elas dentro ou fora do sistema prisional”, concluiu.


(Informações e fotos de Denivaldo Costa – Rádio Subaé / Blog Central de Polícia)

Comentários (0)

Leia mais

Publicidades